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O orçamento empresarial é uma das ferramentas mais utilizadas pelas grandes e médias empresas para apoiar os processos de planejamento e controle empresarial. A sua importância se deve aos diversos papéis por ele assumidos, os quais vão desde desdobrar a estratégia, até alocar de maneira eficiente os recursos financeiros da empresa. Apesar de existirem algumas críticas em relação à alguns de seus aspectos, os benefícios trazidos para as organizações são inegavelmente superiores.
Ao longo da evolução das empresas, as suas estruturas organizacionais foram sendo modificadas, fazendo com que os modelos orçamentários também se alterassem. Em virtude disso, dez processos e tipos de orçamentos empresariais foram desenvolvidos.
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Um equívoco comum sobre a gestão orçamentária é acreditar que estes processos e tipos de orçamentos são excludentes entre si. Na verdade, cada um é indicado para modelos de gestão, tipos de acompanhamentos ou decisões distintas, sendo o seu uso conjunto bastante comum.
Existem diversos casos de utilização complementar, tais como:
- Forecast e Rolling Forecast: O processo conhecido como Forecast tem o objetivo de revisar as projeções da empresa diante de sua atuação e condições de mercado, visando estimar o resultado financeiro mais provável para o encerramento do período orçamentário. Ao realizar o processo de Forecast, a empresa utiliza os períodos já realizados e acrescenta a nova projeção para aqueles que ainda restam para encerrar o ciclo orçamentário.
O Rolling Forecast, também conhecido como orçamento contínuo, é a peça com maior foco no direcionamento de negócio da empresa, pois não se limita ao processo de planejamento anual e projeta os próximos doze meses, não importando o ano calendário ou orçamentário. Neste, a tendência futura de atuação da companhia, em consequência de seu relacionamento com o mercado e decisões tomadas, é continuamente revisada. Isto permite que a cada etapa do processo, problemas possam ser identificados para que seja possível a tomada de ações corretivas ou que oportunidades sejam aproveitadas. É muito comum encontrar empresas que utilizam os dois em paralelo pois os objetivos de análise e gestão, apesar de distintos, são complementares;
- Orçamento Base Zero com Orçamento Matricial: O conceito central do Orçamento Base Zero (OBZ) é elaborar as projeções como se estivesse construindo a empresa em seu início. Para isso todos os gastos devem ser rigorosamente avaliados de maneira independente e com justificativas razoáveis em relação ao objetivo da organização, sendo que esta análise segue um processo bastante rígido e específico. No caso do Orçamento Matricial, devem ser definidas as entidades que compõem a organização e participam do processo orçamentário (centros de custos, gerências, unidades ou mesmo empresas pertencentes a um grupo), bem como os pacotes de gastos, que são agrupamentos de contas orçamentárias que tenham semelhança visando facilitar o planejamento e controle (marketing, recursos humanos, tecnologia, etc.). Diferentemente de outros processos, no orçamento matricial deve ser definido um responsável para cada pacote de gasto, o qual responderá por toda a empresa ou grupo e outro para cada entidade, gerando um duplo planejamento, controle e responsabilização. Podem ser encontradas empresas que utilizam estes dois tipos de orçamento em conjunto, uma vez que o OBZ tem como objetivo eliminar gastos desnecessários ou desalinhados com a estratégia e o matricial tem como forte particularidade gerar um processo de planejamento e controle dos gastos mais apurado.
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- Orçamento Estático com Orçamento Flexível: A principal característica do orçamento estático é a manutenção de projeções fixas, independentemente de ocorrerem modificações no ambiente de atuação da empresa. Com a sua utilização, os demonstrativos orçados (Demonstração de Resultado do Exercício, Fluxo de Caixa e Balanço Patrimonial) são projetados de acordo com volumes de atividade pré-estabelecidos. Existem diversos motivos para a utilização deste orçamento, tais como, o uso em atividades de controle operacional, servir como parâmetro para acompanhamento das expectativas dos investidores, ser a base para a avaliação de desempenho, identificação de desvios de planejamento, entre outros. Apesar dos motivos para sua utilização, no acompanhamento real versus orçado podem surgir problemas referentes à identificação de desvios reais. Por este motivo, algumas empresas também utilizam o orçamento flexível. Neste caso, a comparação do realizado com os valores projetados ocorre após a atualização para o real volume praticado pela empresa no período. Este processo elimina distorções na análise real versus orçado pois permite que os pontos de ineficiência sejam destacados e variações normais, decorrentes de divergências no volume de atividade, tais como vendas e produção, sejam eliminados. Devido aos distintos objetivos, também são encontradas empresas que utilizam os dois orçamentos em paralelo.
Existem diversas possibilidades de combinação entre tipos de orçamentos, sendo estes alguns exemplos que demonstram que a utilização conjunta é possível e pode ser bastante benéfica para as organizações.
Sobre o autor:
Louremir Reinaldo Jeronimo é Doutor em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas – FGV EAESP. Professor convidado dos cursos de MBA do FGV Educação Executiva e FGV In Company (Saiba mais)
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Categorias:Análises Gerenciais, Tipos de Orçamentos Empresariais